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Campanha eleitoral 2.0

A última pesquisa realizada pelo Ibope aponta uma diferença de vinte e quatro pontos entre os dois principais candidatos à presidência da república. O contestado horário eleitoral – cuja eficácia tem sido colocada à prova – parece ter beneficiado a candidata petista. Dossiês e ataques à parte, ao que tudo indica, teremos uma nova moradora no Palácio da Alvorada. Outros palácios, tais como Ondina, Campos da Princesa, Laranjeiras e Araucárias parecem seguir o mesmo destino.

Neste cenário modorrento, a campanha da candidata do Partido Verde é uma das grandes novidades. O uso das plataformas e redes sociais aparece como uma saída ao tempo reduzido na televisão. Centenas de milhares de internautas seguem a ambientalista em redes como Orkut, Twitter e Facebook. Outra inovação foi o canal de doações via cartão de crédito e débito, através do qual pessoas físicas colaboram com pequenas quantias.

O atual presidente americano utilizou com maestria o aspecto viral e democrático da web. Centenas de perfis em redes sociais, anúncios em jogos eletrônicos, concursos, doações de pessoas físicas, aplicativos para celulares e vídeos foram algumas das estratégias utilizadas. O viral “yes we can”, adaptação de um discurso do então candidato em forma de rap, tornou-se um dos grandes sucessos do YouTube.

Os candidatos terão de se adaptar à nova maneira de fazer política, utilizando as redes sociais, blogs e comunidades como ferramentas de relacionamento – fenômeno conhecido como web 2.0. Nesta nova configuração, eleitores passarão de meros espectadores a formadores de opinião, trocando informações e colaborando para o desenvolvimento e divulgação de conteúdo e de campanha. Vejamos então, algumas dicas aos iniciantes:

Twitter: Evite formalismos, afinal não há espaço para isso em apenas 140 caracteres, Ofereça conteúdo, seja rápido nas respostas e não limite-se a apenas reagir aos comentários.

YouTube: Customize o seu canal, colocando suas cores, informações principais e links relevantes, deixando-o com a sua cara. Prestigie a organização, criando listas, descrições, datas e um breve descritivo de cada vídeo. Busque outros canais e vídeos relacionados.

Redes Sociais: As redes têm enorme poder viral. Pequenos deslizes podem se tornar um pesadelo na imagem de qualquer um. Assuma sua identidade, evitando entrar em discussões de maneira anônima.

Aplicativos: A explosão no número de smartphones e a expansão das redes celulares de alta velocidade indicam que a web será cada vez mais acessada por dispositivos móveis. Para aproveitar este boom, crie programas úteis.

Sites e blogs: Crie-os de maneira a facilitar a formação de grupos ao seu redor. Desta maneira o público poderá trocar informações e convidar amigos, aumentando de maneira exponencial os comentários e o burburinho.

Como corolário, as ferramentas disponíveis na web 2.0 devem ser consideradas pelos partidos como um importante canal de comunicação entre candidatos e eleitores. A falta de diálogo, presente no horário eleitoral gratuito pode ser explorada pelos candidatos e eleitores pelas novas plataformas. Contudo será necessário ao candidato, algo que mais do que palavras soltas, rimas, abraços e apertos de mãos fortuitos em ruas de grande movimento e feiras livres, entre um pastel e uma garapa. Sorte de quem tiver conteúdo para apresentar.

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

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