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Hora da reconstrução: como reerguer as empresas da Região Serrana

São inúmeros os desafios a serem vencidos pelos moradores da região serrana do Rio de Janeiro, vítima de uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. Centenas de empresas foram afetadas em maior ou menor grau pela tragédia: telefones mudos, caminhos intransitáveis, perda de matérias-primas, máquinas e produtos destruídos.

Conforme pesquisa da FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), mais de 60% das empresas tiveram suas atividades afetadas, com prejuízos na casa dos 150 milhões de reais.

Pacotes de ajuda serão implantados pelo governo para amenizar a situação dos empresários, seja através de taxas mais competitivas ou valores disponíveis para financiamento. Parcerias e acordos estão sendo firmados com bancos e organismos nacionais e internacionais.

Considerando apenas Nova Friburgo, a cidade mais castigada pelas chuvas, são quase mil pequenas e médias empresas produtoras de moda íntima, responsáveis por mais de 20 mil postos de trabalho.

Diante de tantos desafios, listo abaixo alguns pequenos conselhos que poderão ser úteis na retomada das atividades.

– Fluxo de Caixa: faça uma revisão do capital de giro, incluindo as despesas para a retomada das atividades. Dê prioridade àquelas relacionadas às atividades produtivas: infraestrutura, máquinas e matérias-primas.

– Fornecedores: renegocie eventuais perdas com matérias-primas, fornecimento de lotes menores ou fracionados, devoluções, entregas programadas e compras futuras. Qualquer prazo ou condição especial ajudará a colocar o estoque e as contas em ordem.

– Clientes: avalie a carteira de pedidos versus o prazo médio de retomada das atividades. Classifique-os através de uma curva ABC, avaliando-os conforme faturamento, margens e frequência de compras. Agende reuniões com os principais parceiros, propondo alternativas de contorno às entregas.

– Parcerias: o networking (rede de relacionamentos) será fundamental nesta hora. A troca de favores deve ser a tônica neste momento, seja diretamente ou através de associações ou cooperativas. Compartilhamento de matérias-primas, transportes, funcionários e sublocação de máquinas e equipamentos são algumas possibilidades.

– Clima organizacional: Tão importante quanto o ambiente interno devem ser as preocupações com o bem estar dos colaboradores, afetados direta ou indiretamente pela tragédia. Avalie as situações mais delicadas, oferecendo ajuda ou mesmo um afastamento temporário das atividades. Criar um programa interno é também uma boa iniciativa.

Enfim, tão importante quanto reerguer as cidades, casas, estradas, pontes e atrações turísticas demonstradas à exaustão nos noticiários noturnos, está a retomada das atividades econômicas, severamente castigadas. Ao contrário da solidariedade de milhares de brasileiros envolvidos na reconstrução e envio de bens de primeira necessidade, os concorrentes estão à espreita, esperando eventuais brechas que porventura sejam deixadas pelas empresas da região. É preciso força de vontade e sabedoria para fazer tudo voltar a funcionar outra vez.

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

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