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Nokia e Microsoft: 7 razões para uma parceria

O acordo entre Nokia e Microsoft anunciado na semana passada, tem como objetivo aumentar o market share dos sistemas operacionais Symbian e Windows Mobile. A finlandesa, admirada por seus aparelhos, e a norte-americana de Bill Gates, líder no mercado de PCs, tentam com a aliança acelerar a velocidade, evitando que a bandeira amarela – a qual indica atenção em um GP, se transforme em azul, utilizada para informar os retardatários da presença de um carro mais rápido logo atrás.

Chamou a atenção a queda nas ações da empresa nórdica, indicando o humor e o ceticismo dos acionistas quanto ao tema. Em geral, alianças estratégicas são realizadas para criar valor aos acionistas e empresários: (a) explorando oportunidades, (b) neutralizando ameaças, (c) sustentando posições conquistadas e (d) equacionando crises de origem interna ou externa. Face ao exposto, listarei sete motivos pelos quais acordos em geral são estabelecidos.

1.   Economias de escala: ganhos ocorrem toda vez que os novos parceiros têm oportunidades de compartilharem fábricas, escritórios, frotas, sistemas, fornecedores e em muitos casos funcionários, reduzindo a folha de pagamento e melhorando suas margens de lucratividade.

2.   Aprendendo com os concorrentes: as empresas podem aprender com os recursos e capacidades dos novos sócios. Procedimentos e métodos, inovações e cultura organizacional são alguns dos exemplos usualmente compartilhados.

3.   Gerenciar riscos e compartilhar recursos: em alguns casos são necessários investimentos de grande monta, seja para desenvolver novos produtos, tecnologias ou mercados. Compartilhar recursos pode ser uma boa estratégia para diluí-los, reduzindo os riscos inerentes.

4.   Criar um ambiente competitivo favorável: em algumas situações, a aliança pode diminuir a concorrência, através da concentração de mercado. Este aumento no poder de barganha é, todavia, fiscalizado por órgãos competentes – no caso do Brasil o CADE é o responsável por esta análise.

5.   Facilitar o desenvolvimento de padrões tecnológicos: concorrentes podem se unir para criar padrões que sejam utilizados por toda a indústria, facilitando a interoperabilidade entre os fabricantes. Quem já viajou para o exterior sabe o caos para encontrar adaptadores de tomadas.

6.   Facilitar a entrada em novos mercados: entrar em um novo país ou região através de uma aliança pode queimar diversas etapas, tais como: estudos de mercado, conhecimento de clientes, busca de fornecedores, legislações, contratações e investimentos em infra estrutura.

7.   Facilitar a saída de mercados: abandonar um país ou linha de produto pode ser menos dispendioso caso uma aliança seja feita. Os custos com eventuais processos ou manutenção de uma célula para atendimento dos clientes antigos podem ser repassados ao parceiro.

O acordo assinado entre as marcas na semana passada contempla diversos motivos elencados – economia de escala, aprendizado, ambiente e desenvolvimento – os quais ainda precisarão se provar como criadores de valor aos acionistas. Ao que parece, a bandeira listrada em vermelho e amarelo – a qual indica pista escorregadia – continuará levantada por algum tempo. Quanto à bandeira quadriculada em preto e branco, só o tempo é quem dirá.

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

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