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Os deveres de um correntista

A concentração dos bancos brasileiros acontece a passos largos. A série de fusões, aquisições e alianças criaram gigantes, cujo poderio aumenta nas mesmas proporções. Compartilhamento de sites, consolidação de agências, aumento da cobertura geográfica e reposicionamento de marcas são algumas das consequências visíveis, divulgadas através de campanhas na mídia.

Apesar dos benefícios apregoados em horário nobre, o número de instituições diminui e, consequentemente, as opções e o poder de barganha dos consumidores também. Um passeio mais demorado pelas ruas do Centro Antigo comprova a redução das marcas.

Vale salientar que os bancos exercem papel vital na economia, apesar dos críticos de plantão. Sua atuação não se restringe à guarda remunerada de nossas economias, mas na intermediação e gestão destes valores, financiando compra de carros, casas e investimentos produtivos.

Aparecem também com frequência em listas de órgãos de defesa do consumidor. Um estudo recente demonstra um aumento significativo com relação a taxas e valores cobrados indevidamente. Apesar da luta inglória entre Davi e Golias, o consumidor pode se proteger. Basta seguir alguns conselhos.

Seja disciplinado: confira seu extrato periodicamente, questionando taxas e tarifas não usuais. Faça uso dos diversos canais de comunicação existentes.

Esteja atento: leia o contrato antes de assiná-lo, em especial os parágrafos sobre pacotes, taxas e tarifas. Guarde-o e consulte-o sempre que necessário.

Planeje: escolha um período e levante o número de extratos e saques em caixas eletrônicos, transferências e folhas de cheques, antes de escolher um pacote de benefícios. Com planejamento, você verá que há possibilidades de redução ou novas formas para se obtê-los.

Negocie: gerentes de agência são medidos pelo número de novas contas e percentual de desertores. Saiba também que clientes antigos custam menos às empresas de serviços. Avalie sua situação e sente-se à mesa para negociar.

Concentre: evite manter vínculos em diversos bancos e instituições financeiras. Além da maior dificuldade de controle, dispersar recursos reduz o poder de barganha.

Compare: mantenha o hábito de pesquisar taxas e tarifas em alguns bancos, cuja base pode ser trocada periodicamente. É prática comum a publicação de estudos em órgãos de proteção ao consumidor.

Com o crescimento da economia e o ingresso de milhões de novos correntistas – trabalhadores informais agora com carteira de trabalho – as chances são de que instituições bancárias continuem no topo da lista de reclamações. Tarifas máximas e mínimas poderiam ser regulamentadas, ao menos a esta nova massa de clientes, cujo ganho adicional poderá ser corroído por taxas e valores indevidos.

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

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