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Ponto Frio e Pão de Açúcar: O consumidor também vai ganhar

É feita uma análise da fusão entre Ponto Frio e Pão de Açúcar, levantando os aspectos positivos desta transação para os consumidores.

A compra da rede Ponto Frio pelo grupo Pão de Açúcar pode ser classificada como duplamente positiva: ao novo proprietário e aos consumidores, os quais contam com um novo competidor na arena dos grandes magazines. A competição aumentará de fato, o que não se pode dizer com certeza das fusões Brasil Foods e Itaú-Unibanco.

A aquisição estratégica tem dois grandes propósitos, atender novos clientes e penetrar em outros mercados, oferecendo produtos e soluções não disponíveis em suas lojas. Já nas outras fusões, as empresas contarão em grande parte com os mesmos clientes e mercados, agências na mesma rua, pizzas do mesmo sabor, caixas eletrônicos no mesmo lugar, mesmas gôndolas, etc. E o consumidor sofre com a diminuição da concorrência.

O novo grupo começa pensando em crescimento, abertura de lojas, lançamentos de produtos, contratações, novidades, novos sistemas. Haja fôlego e investimento, uma vez que os concorrentes são grandes e estão prontos para a guerra. Em contrapartida, as grandes corporações nascem com o objetivo claro de reduzir custos fixos, infra-estrutura, logística, tecnologia e é claro, mão-de-obra.

Entretanto, a aquisição da última semana pode ser classificada como diversificação não relacionada, na qual o investidor enxerga um potencial de ganhos acima da média do mercado num setor com pouca ou nenhuma relação com o seu negócio principal. O interesse está em diversificar os negócios, reduzindo os riscos da concentração excessiva. Um exemplo clássico são as Havaianas, propriedade da construtora Camargo Corrêa. Um mesmo grupo com sandálias e cimento.

As fusões por sua vez se enquadram como diversificação relacionada. Os interesses mudam bastante. Os objetivos estão na possibilidade de aumento na participação de mercado, menor concorrência e principalmente economias de escala – utilização máxima dos fatores produtivos, buscando diminuir os custos de produção. O vendedor da Sadia oferecendo Perdigão, o cliente utilizando a mesma agência ou o mesmo caixa eletrônico, o depósito e o caminhão guardando e transportando produtos das duas marcas.

Em suma, relacionada ou não, aquisições ou fusões trazem sempre oportunidades e ameaças a empresas, empregados, clientes, novos e antigos proprietários. Neste caso, além dos acionistas e proprietários ganhamos nós, consumidores, com mais competição e opções de compra no varejo de eletroeletrônico e linha branca. Felizmente, pois nem sempre é assim que acontece.

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

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