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Uns cortam, esticam e puxam, outros se lixam

Na semana em que foi descoberta a farra das passagens, e os eleitores convidados a se lixar, o artigo faz uma comparação entre a vida pública e a corporativa.

Que difícil é a vida corporativa: trocar copos descartáveis por canecas, imprimir frente e verso, reduzir o uso do celular, postergar investimentos e até demitir funcionários. Enquanto a maioria das empresas passa um verdadeiro rolo compressor nas despesas, nossos deputados discutem as cotas de passagens aéreas.

Tanto o congresso quanto as empresas devem aproveitar este período turbulento para realizar uma análise interna. Identificar pontos fortes e fracos, limitações organizacionais e mais que reduzir despesas ou fazer promoções – o que é tático e de curto prazo – é preciso concentrar-se na criação de estratégias de médio e longo prazo.

Sugiro que o foco se volte para os indicadores que representem estas mudanças: lealdade e associações à marca, lançamento e atratividade de novos produtos, qualidade de serviços e satisfação de clientes.

Para ajudar no desenho dessas estratégias, uma boa ferramenta é a análise SWOT, cujos objetivos são manter os pontos fortes, reduzir a intensidade dos pontos fracos, aproveitar as oportunidades e proteger-se das ameaças do ambiente.

Comece fazendo uma lista dos pontos fortes de sua empresa – recursos e capacidades que gerem vantagens competitivas. Passe então aos pontos fracos – vulnerabilidades em comparação aos concorrentes atuais ou potenciais.

Amplie o escopo às oportunidades – forças ambientais que podem tornar-se favoráveis, desde que conhecidas e bem aproveitadas. Elimine ameaças – variáveis externas que podem criar dificuldades maiores ou menores, desde que identificadas em tempo hábil. Decida agora o que cortar e o que manter.

Nem pense em cortar investimentos e reduzir despesas das oportunidades que estejam alinhadas com seus pontos fortes. Corte já as ameaças que coincidem com suas vulnerabilidades, já que isso pode causar impacto imediato no caixa. Por fim, verifique se vale à pena investir na melhoria de seus pontos fracos, aproveitando as eventuais oportunidades existentes no radar.

Com tudo isso claro em mente, o empresário terá certeza que não estará se lixando para os problemas e nem transformando seus pontos fracos em pizzas, castelos ou em farras aéreas, coisa que os políticos fazem com maestria…

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

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